DANÇA

A Dança possibilita irmos além das barreiras arquitetónicas e de comunicação e dialogarmos connosco próprios e os outros, assim como reconhecermos o nosso potencial e desafios. E como é/foi possível trabalhar a inclusão através da Arte? A proposta da Dança Inclusiva surgiu na medida em que esta valoriza a participação de todos sendo geradora de possibilidades expressivas, seja do eu ou de um grupo.
No projeto InPulsar pretendeu-se proporcionar a todos os participantes igualdade de condições para desenvolver o seu potencial e criar formas para que todos se sentissem integrados. A metodologia de trabalho baseou-se nos estudos de Laban – Dança Educativa Moderna, no trabalho de contato e improvisação, bem como nas possibilidades de movimento de cada participante que foi estimulado a explorar o seu corpo de formas diferentes das habituais para assim tomar consciência de novos ‘caminhos’ para o corpo se sentir, estar e fazer. Ao longo das várias sessões de dança foram explorados diferentes conceitos subjacentes à narrativa que sustentava o projeto e que partiu das tradições de cada um dos Municípios (Amares, Barcelos, Braga, Esposende, Terras de Bouro e Vila Verde), envolvidos tendo a construção coreográfica sido feita de forma colaborativa e com a participação de todos. O processo de cocriação coreográfica culminou com a construção e filmagem das videodanças.

MÚSICA

A premissa musical deste projecto é a junção de diferentes comunidades, de diferentes concelhos, com experiências musicais e de vida completamente distintas.
Sendo a água o tema base, que une todos os concelhos, decidi fazer uma recolha de temas tradicionais, cantados de forma polifónica e gravados pelos grupos das Mulheres do Minho e Rusga de São Vicente, que serão depois desconstruídos e arranjados de forma a integrar a peça final, em harmonia com todos os trabalhos gravados.
Na APCB, decidi fazer uma mini-orquestra de 6 a 10 participantes, que irá criar 3 peças musicais. Uma focada na água, outra no ar e outra na terra. Para isso foi criada uma parceria com a empresa de software musical de Braga, a Imaginado, que cedeu licenças gratuitas do seu reconhecido software e ajudou na implementação do hardware já existente na APCB para interação com computadores.
Serão projectados vídeos que servirão de inspiração para que os participantes criem os 3 momentos distintos.
De Amares teremos a viola Braguesa e o cavaquinho de Luis Capela, que irá participar nos arranjos finais no sentido de localizar geograficamente o som, atribuindo uma sonoridade de toques reconhecidamente minhotos à nossa peça.
O produto final será trabalhado em conjunto com o vídeo, para que toda esta mistura que irá alimentar a peça se funda de uma forma uniforme e harmoniosa.

INVESTIGAÇÃO

O MARA – Movement Assessment Reporting APP (Dança Movimento Terapia) tem sido foco de estudo a nível internacional e recentemente em Portugal. Vários projetos estão a ser implementados de forma a contribuir para a validação do instrumento na versão portuguesa. De salientar que a nível nacional o contributo para o desenvolvimento e adaptação do instrumento na versão inglesa e portuguesa, tem vindo a ser realizado desde 2018 num trabalho colaborativo. Face ao estado atual de desenvolvimento do Quadro de Resultados e respetivo instrumento de avaliação – MARA (Dunphy et al., 2020), torna-se necessário investigar através de diversos projetos se a versão portuguesa do (MARA) é relevante e compreensível para a intervenção utilizando a dança. No presente momento estão a ser desenvolvidos estudos inseridos nos Projetos InPulsar que decorre entre junho de 2021 e dezembro de 2022 desenvolvido pelo MOSAICO – Plataforma de projetos inclusivos artísticos e educativos, Inoventos – Ventos de Inovação e promovido pela Comunidade Intermunicipal do Cávado (CIM do Cávado) e o Projeto AMarA Dança que está a ser implementado no Agrupamento de Escolas de Abação em Guimarães, na disciplina de dança (oferta de escola) a alunos de 2º ciclo no ano letivo de 2021/22 criando turmas de dança inclusiva.
A evidência de práticas de com e pela dança é cada vez mais necessária para que seja possível demonstrar o seu impacto. Educadores e outros profissionais enfrentam desafios no que diz respeito à adoção de uma avaliação que aponte evidências dos resultados. O MARA é um instrumento de avaliação que pretende sistematizar o processo de observação de forma a perceber o impacto da dança, baseado num modelo conceptual “Modelo compreensivo dos resultados em Dança Movimento Terapia”, com 6 domínios: físico, cultural, cognitivo, emocional, social e integração (Dunpnhy, Lebre & Mullane, 2020). Pretende-se que este modelo seja aplicável numa ampla diversidade de contextos de intervenção em distintas populações e grupos. A presente comunicação pretende descrever este modelo conceptual e assinalar as suas potenciais aplicações.

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